capitulo 3

Capitulo 3

Chegamos a casa…finalmente depois de deixar-mos todos os miúdos com os seus respectivos pais. Sentia-me cansada apeteceu-me encher a banheira ouvir uma musica e ficar la enfiada eternidades, e porque não? 

Senti-me tão relaxada..é tão bom estar de férias pensei.

M- E então já pensas-te no que vais vestir para logo? Quero ir bem confortável mas com um toque de sensualidade…sugestões ?

T- Sensual?? Para o Ruben ? – Soltei uma gargalhada

M- E qual é o mal? Não me digas que também não vais querer chamar a atenção do David?

T- Olha , mas tu enlouqueces-te de vez? Nem sei porque dizes isso…

M- Vi bem que passaram a tarde toda a picarem-se um ao outro isso é sinal que se desejam, no mínimo.

T- Acho que interpretas-te mal a coisa e para alem do mais se foi isso mesmo que vis-te não passa mesmo disso, como se não soubesses como é que estes casos funcionam, jogadores da bola, actores actrizes o mundo da fama é mesmo assim, por saberem que têm tudo o que querem, tudo o que conseguem sabe-lhes a pouco por isso nunca estão saciados. És uma psicóloga da treta, escusava de te ter dito tudo isto porque já devias saber.

M- E quem te disse que não sei? Ou quem te disse que talvez só me apeteça mesmo isso? Não estou a pensar em mais nada a não ser em divertir-me e aproveitar bem a noite de hoje e quem sabe de amanha – disse trocando olhares bem comprometedores comigo

Sorri e abanei a cabeça… A vida é tua, tu é que sabes!

M- Bem despacha-te lá!

Fui para o meu quarto sequei o cabelo e com a toalha enrolada em mim abri o armário e percorri todas as roupas que tinha e nenhuma me pareceu certa,  “Mas para que é que eu estou importada com isto, qualquer coisa serve” pensei…. Vesti umas calças de ganga azuis marinhas, eu mesma as tinha personalizado, ficavam-me mesmo bem delineava bem as minhas  curvas, eram das minhas preferidas, vesti um top branco e pus um lenço, calcei umas sapatilhas e agarrei um casaco, apanhei o cabelo , pus o meu relógio e estava pronta..

M- nada mau para quem não quer dar nas vistas!

T- estou normalíssima não comeces

M- estas linda disse piscando-me o olho

T- Tu estas óptima também .

Entramos no meu carro, ainda não vos disse ,conduzia uma Renault megane extreme, nada de extravagante mas sempre deu uma pinta ver mulheres ao volante com aquele carro, era muito desportivo.

T- oh vamos ficar isolados, aposto que nos vão por numa sala aparte a ver o jogo, não gosto nada, fica sem ambiente.

M- pois, também gosto mais de confusão, mas compreendo a posição deles.

Quando entrei fiquei de boca aberta, estava lá no mínimo metade da equipa do Benfica, “ Onde é que nos viemos meter” pensei, vi o Ruben de tremoço na mão a levantar-se e apontar para nós.

R- Já chegaram… Pelas vossas caras já percebi que estão surpreendidas com esta malta toda, a verdade é que nos juntamos sempre aqui a ver o jogo do inimigo.._ olhou para mim e riu-se eu devolvi-lhe o sorriso, respirei fundo dei um passo em frente cheia de coragem, deixando a Marta para trás a cumprimentar o Ruben e disse

-Bem o melhor que tenho a fazer é arranjar o melhor lugar para ver o jogo, não quero perder pitada, acho que vai ser bem interessante.

David-  Ué, partiu sentando assim sem perguntar..e se já tivesse lugar marcado como ía ser?_ sorriu mostrando aquele sorriso lindo, terno capaz de deixar qualquer pessoa a suspirar- Posso sentar também?

T- podes, claro- respondi ao olhar em volta daquela pequena sala a procura do garçon. Tentei parecer o mais normal possível, como se fizesse aquilo todos os dias. Mas a verdade é que me sentia uma pouco nervosa e ainda não percebia bem porque.

D- Tem certeza? Olha que sou bem refilão no que toca a futebol.

T- então viés-te sentar-te no lugar certo.

David sorriu puxou de uma cadeira ao meu lado e perguntou.

D- Tavamos pensando só pedir a comida mais lá po intervalo, mas se você quiser pode pedir o que quiser.

T- pode ser uma mini e uns amendoins

David ficou parado a olhar para mim.

T- que foi? Disse algo que não devia? ou é proibido beber uma cerveja?

D- não, de maneira nenhuma, disse tudo certinho…Se faz favor  me traga duas minis e uns amendoins quando puder.

T- vais fazer-me companhia?

D- claro!

Tirei o meu caxecol do FCP da mala e coloquei em volta do pescoço…Fui completamente vaiada, tudo troçou de mim, mas respirei fundo dei um golo na mini e sorri…”vozes de burros não chegam ao céu” sussurrei

D- hey galera deixem lá isso, lá mais para o intervalo ela mesma guarda com vergonha.

Olhei para ele de lado…cerrei os olhos

D- E agora vai fazer beicinho de novo? Não cola não…

T- parece que vou ter de mudar de lugar queres ver…

David colocou a mão dele no meu ombro

D- estava brincando, não faz isso não. Não iria conseguir melhor companhia para ver este jogo.

O jogo começou, estive sempre muito atenta, o David mais na brincadeira com a malta toda mas sempre também bem atentos a cada movimento de cada equipa que se defrontavam na TV.

O jogo acabou, e entre tanto entusiasmo e brincadeira nem jantamos.

T- já não me lembro da ultima vez que estive assim tão sossegada a ver um jogo de futebol, interrompo sempre a meio porque tenho sempre alguma coisa para ir fazer. Humm estou cheia de fome- David soltou uma gargalhada e rematou.

D- Essa por norma é sempre a minha deixa..mas tem toda a razão vamos comer sim- disse afirmando a cabeça ao mesmo tempo que afirmou.-OH GALERA VAMOS JANTAR??-levantou-se ajeitou as calças suavemente e virou-se para o Ruben, penso que seria para pedir-lhe que chama-se o garçon mas nem teve tempo de abrir a boca! Olhou logo para mim,eu percebi e também olhei para a direcção de Ruben…” Esta Marta “ pensei, estavam os dois a beijarem-se. Gerou-se um pequeno zum zum na sala, mas nada de muito anormal.

 A malta jantou toda entre muito boa disposição, no meio alguma provocação com o FCP, mas ate eu propia me fartei de rir. O David também se sentou ao meu lado durante o jantar. Juntei os garfos e satisfeita dei o ultimo golo do meu copo de vinho, olhei para o lado e vi um David muito entusiasmado, entretido de sorriso de orelha a orelha e a soltar gargalhadas..começei por apreciar leves traços nele que ainda não tinha reparado, vi que ele tinha o braço sobre a minha cadeira, senti-me bastante confortável e deixei sair assim um pequeno sorriso de conforto. Sem olha para mim ele deixou cair a cabeça para o meu lado e sussurrou-me ao ouvido.

D- não me olha dessa maneira, senão eu vou corar disse no seu ar brincalhão levantou a cabeça olhou-me nos olhos e com o dedo indicador de um leve toquezinho no nariz.

Quem corou fui eu, que apenas sorri e baixei a cabeça. Esse momento de ternura foi interrompido Pelo Ruben e pela Marta.

R- Manz chega aqui - segredou-lhe qualquer coisa ao ouvido na qual o David respondeu com um sorrisinho matreiro.

D- Não se preocupe eu apanho um táxi meu irmão –apertaram a mão deram um abraço.

M – não discutas, sabes perfeitamente que eu não faço estas coisas sempre assim do nada, mas hoje e só por hoje apetece-me fazer loucuras..amanha conto-te tudo, pega a chave e não durmo em casa.

T- OK, vê la o que fazes, não faças nada que depois te possas arrepender-te…

M- Prefiro mil vezes arrepender-me daquilo que fiz ao invés de me arrepender de nunca o ter feito. Love U – piscou-me o olho e virou costas abraçando Ruben.

O que também reparamos foi que aos poucos e poucos as pessoas foram saindo eu e o David ficámos para último.

D- ainda é muito cedo e o pessoal tá a abandonar.

T- Estava a pensar que poderíamos fazer qualquer coisa agora, uma vez que a Marta me abandonou, e eu quero aproveitar estas férias se não te importares  e não tiver a atrapalhar o teu horário – disse muito descontraidamente

D – Estava pensando em mil e umas maneiras de te fazer essa perguntinha, daí voçe falou primeiro..maravilha-disse com um sorriso daquele – não trouxe foi o meu carro, você trouxe?

T – sim eu vim com o meu carro.

D- Então me leva para passear – brincou e corou ao memo tempo.

Andamos em direcção ao carro, no meio da confusão da mala andava a procura do cartão do carro e deixei cair tudo no chão..aquela tralha toda….tinha a mala toda desarrumada que vergonha, baixamo-nos os dois para apanhar tudo,e ao levantarmos..pum…mandei-lhe um cotovelada gigante no olho.

T – Ah desculpa…meu deus que estouro que te dei!

O David estava sorrindo e fechando um pouco o olho.

T- Chega cá deixa ver se vai pisar.

Ele inclinou-se e fechou os olhos, eu dei uma vista de olhos mas depois deixei-me levar nos meus pensamentos depois de lhe tocar a pálpebra e me aperceber da sua pele delicada e macia, tinha também umas pestanas compridas e majestosas. Ele abriu os olhos também, ficamos durante 2 segundos a tentar perceber que se passava algo de mais a frente entre nós os dois, os meus olhos descaíram durante um segundo para os lábios dele que são bastantes apelativos. Ele não tirou o seu olhar do meu nem por um segundo ao contrario de mim. Acordei daquele momento e abri o carro que com as luzes e o barulho das portas a abrir também fez o David voltar a si. Desviei-me um pouco e disse:

- Devia-mos tratar disso, não quero que amanha vás para o treino de olho pisado.

D – Não se preocupe não é nada-disse ainda com uma voz terna e meiga, acho que ainda estávamos bem embevecidos do momento que tivemos- mas de qualquer forma tenho uma pomada super boa lá casa para estas coisas, quer vir até lá? Sempre podemos fazer qualquer outra coisa depois.

Não quis dizer que não e como por impulso aceitei… Mas passado 10 segundos comecei a sentir desconfortável com a situação. A caminho o David ía falando um pouco de tudo. Eu deixei o meu desconforto desaparecer durante esse mesmo caminho.

D-Chegamos, pode por o carro na minha garagem.

Fiquei um pouco nervosa, não sabia no que ele estava a pensar nem sabia o que eu estava a pensar, ele pegou na minha mão, num daqueles actos irreflectidos e disse – Vem comigo!