quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Capitulo 5


A Marta saiu dos chuveiros  enrolada na toalha com um sorriso de orelha a orelha..
M – babe não me digas que vamos começar a ter saídas a 4.
Voltei-lhe de imediato as costas, ela não poderia olhar para mim pois de tão bem que me conhece reconheceria qualquer expressão minha na hora!
T – Isso seria tão provável como eu virar benfiquista.
M – Estas a brincar comigo não estas? Trabalhas no Benfica, tens o menino de ouro do clube a dar-te em cima, amanha vens ver um jogo deles e ainda dizes que não simpatizas com o clube?
T – Sim
M- nem um bocadinho ?
T – é um grande clube, deve ser bem prestigiado por esse facto, mas nunca seria capaz de vestir a camisola..desculpa mas já sabes disso a muito tempo – fiz-lhe beicinho.
M – ás vezes pergunto-me porque gosto tanto de ti.
T – não sei, acho que é do meu charme.
Chegamos a casa e enquanto a marta se aplicou a finalizar os seus trabalhos eu fui-me entreter  na internet. Decidi dar umas apitadelas pelo facebook, algo que já não fazia a bastante tempo. No meio de toda a azafama de comentários e pedidos. Tinha um comentário de um rapaz com quem já tinha estado, o Pedro, e dizia “ 1 ano de belas recordações!” Ao ler o comentário depressa me apercebi que fazia um ano exacto que o tinha acabado a minha relação com ele,foi tudo muito pacifico e consciente que seria o melhor para nós. Sempre achei o Pedro super indicado para mim, tinha-mos tudo a nosso favor, a malta costumava dizer que éramos o equilíbrio, encaixávamos e o meu pior nunca superava o seu melhor, e o seu pior estremecia com o melhor de mim.  Na altura a coisa não ficou mais seria porque ele entrou na universidade de Nova de Lisboa em Medicina, éramos ainda um pouco novos, não iríamos lidar bem com a distancia..Reparei que ele estava online no face e resolvi falar com ele.
T – não acredito que te lembras-te J
P – Nunca me esqueceria, nem acredito que pensasses o contrario. Deves estar por Lisboa.
T – sim estou, mas como sabes?
P – vi no tópico da Marta “ Sis estou a tua espera” a uns dias. Presumo que já tivesses chegado ou para chegar.
T – já ca estou a uns dias na verdade, e tu como estas e como esta o teu curso ?
P – Tenho todo o prazer o em dizer-te, mas não assim..vamos sair, por as ideias em dia. Hoje era uma boa noite, e era bastante simbólico não achas? E não digas que não…
T – Acho que tens toda a razão.
Combinamos um lugar e uma hora.
T – Martaaaaa   vou fazer o jantar. O que queres comer?
M –massas por favor faz massas.
Fiz o jantar e pus a mesa. Enquanto punha a mesa reparei que a Marta tinha recebido um telefonema piscou-me o olho e eu logo percebi que era o Ruben, abanei com a cabeça e sorri.
Quando voltou a cozinha fechou os olhos e deliciou-se com o cheirinho de comida já feita e pronta a servir.
M -  O Ruben ligo-me agora, os nossos lugares já estão confirmados para o jogo de amanha Disse-lhe que não faltaríamos – parou e olhou para mim
T – isto não se vai tornar um hábito, por isso não te estiques. Hoje a noite vou sair, vais ficar por casa não vais ?
M – claro, acho que consigo acabar isto hoje, assim estamos quase quase  de férias, mais uns dias no actividade do SLB e vamos de férias. Queria falar contigo sobre isso..
T – hummm diz lá!
M – Estava a pensar em convidar o Ruben para vir também , ele falou-me que toda a equipa vai tirar uns dias por causa da pascoa..que dizes?
T – Eu por mim não tenho problemas, mas penso que esta na hora de uma conversita Marta. Não achas um pouco cedo ? eu sei que é a tua vida e eu não gosto de me meter e tu sabes, só quero tentar perceber o que tas a pensar.
M – Sim acho que é um pouco cedo e que me estou a atirar de cabeça, mas também te posso dizer que há mais doque uma atracção quando ele fala para mim, o seu sorriso invade-me a alma e transmite-me paz… Somos óptimos na cama, mas estou-me a aperceber que secalhar também somos bons fora dela…e as férias são perfeitas para eu o conhecer a ele ..Nao o Ruben Amorim jogador do SLB mas o Ruben de carne e osso, que acho que poderia ser..sei lá um bom partido talvez?!
T – sorri- é oficial miúda, estas apanhadinha – levantei e dei-lhe um beijo na testa.
A marta ficou sem se mexer durante 20seg e depois ouvi-a a sussurrar, “ será” ?
T- já é- gritei enquanto ía para a sala.
M – Até poderá ser, mas não quero pensar muito nisso..o que será, será. Mas olha lá ainda não me disses-te com quem vais sair hoje.
T – olhei para ela e sorri maliciosamente – com o Pedro !
A marta sorriu-me de volta e soltou uma gargalhada.
M – Como é que eu não me lembrei de te recordar do Pedro..Pois ele deve tar por Lisboa, vão matar saudades ?
T – vamos matar saudades sim, mas não é disso que estas a pensar.
M – Eu é que vou ver a que horas vais chegar hoje a casa.
Abanei a cabeça “esta bem  mãe” respondi ao sair da sala e fui para o quarto, vesti-me, nada de muito extravagante, uma túnica com umas leggings e umas botas rasas por cima destas. Apanhei o cabelo meti uns brincos e levei o meu saco. Estava pronta e nada nervosa. Achei estranho, deveria estar.
Entrei no restaurante e vi-o de imediato, direccionei-me a ele e abracei-o.
T – Estou tão feliz em ver-te.
P- estas magnifica – disse dando-me as duas mãos – que saudades tinha em te ver.
Sentamo-nos entre sorrisos.
P – Essas férias estão na ser boas? Como esta a Marta ?
T – estão a ser para já uma surpresa – neste mesmo momento a imagem do David veio-me por breves instantes a cabeça, o meu sorriso congelou , passei a língua de suave nos lábios e fechei os olhos , voltei a sorrir de ironia. Não acredito que aquilo me tinha acabado de acontecer.
P – então o que se passou?
M – Nada, sei de algo que te vai fazer rir – tentei desviar a conversa – estou a trabalhar para o SLB.
P – Não acredito que me farias uma coisa dessas! Como assim ?
Expliquei-lhe toa a situação que a Marta me tinha proporcionado.
P – Não é assim tão mau, pensei que eras cheerleader ou coisa parecida, era o que me faltava ver-te a torcer pelas águias. Ainda te lembras dos jogos dos FCP que vimos juntos?
T – claro que sim, foste tu que me poses-te a gostar de futebol.
P – Fazíamos uma bela dupla.
Sorri e acenei com a cabeça enquanto metia o cafe á boca. Gerou-se um silencio comprometedor.
T – já pensas-te na tua especialidade? – tentei quebrar o gelo.
Ficamos um par de horas sentados a conversar a relembrar velhos tempos e a descobrirmos novos momentos da vida que um outro levou durante um ano que decidimos não nos falarmos, seria mais fácil esquecer assim. Acho que qualquer pessoa repararia nos olhares cúmplices que invadiram aquele bar.
Olhei para o relógio.
P – já esta na tua hora ? Pensei que estivesses de férias – disse provocando-me.
T – Ainda não…ainda tenho á minha responsabilidade 20 miúdos.
P – então por hoje ficamos por aqui.
T – sim por hoje é o melhor.
Levantamo-nos e na porta despedimo-nos enquanto ele punha o casaco.
P – gostei muito de te ver, quero voltar a ver-te, promete que não vais embora sem antes falar comigo de novo.
T – vá, não te livras de mim assim tão fácil – disse sorrindo.
Abraçou-me e ao mesmo tempo disse baixinho. “  Outra vez não..” Aquele abraço fez-me voltar ao minuto em que nos abraçamos antes de ele partir para Lisboa.
P – Ligas-me?
T – eu ligo, eu não vou sem antes me despedir, prometo.
Ele beijou-me a mão em termo de brincadeira e viramos em sentidos opostos .
Na viagem de carro fui a pensar em momentos que eu e o Pedro uma vez tivemos, quando tudo era tão fácil, e ainda eram-mos bem jovens. Foram sem duvida bons momentos mas nunca ousei dizer-me apaixonada por ele, Isso para mim tem outro significado, algo de muito grandioso.
Deitei-me com estes pensamentos. O dia passou de rajada, sempre de um lado para o outro com as crianças, não passamos muito tempo no estádio porque nesse dia estava agendado um mini torneio com as crianças do SLB escolinhas juntamente com o SCP. Os nossos meninos fizeram um brilharete, nota-se muito espírito de união, trabalharam em equipa  e com um fair Play incrível, notava-se a olhos vistos, saberia que o trabalho da Marta seria bem recompensado, afinal ela tava por trás de tudo isso.
Quando chegamos a casa estávamos exaustas, a Marta apressou-se em tomar um banho e ir procurar o caxecol do Benfica.
M – ainda estas assim???? Vamos chegar atrasadíssimas.
T – Vai indo..eu levo o meu carro já sei que depois te vais meter em filmes com o Ruben, quero poder vir para casa quando quiser – disse metendo-me com ela.
A marta sorriu concordou e saiu no seu carro, sentei-me por breves instantes no sofá e pensei “ mas o que é que eu vou la fazer” e a imagem de David voltou-me a aparecer, fechei os olhos meti as mãos a cabeça ri-me por instantes e disse para mim mesma “ cabecinha pensadora demais, vais ver um jogo de futebol, simples, bora la ver os moços a jogar, ver se percebem alguma coisa daquilo”
Peguei nas chaves do carro e saí de casa.
A caminho procurava no meu mp3 ligado ao rádio uma musica que agrada-se a minha curta viagem, quando do nada perco o controlo do carro e quando volto a estabilizar reparo que um pneu tinha arrebentado do nada. Parei o carro e meti a cabeça ao volante, tinha sido um susto e peras.
Bem vamos lá tentar arranjar uma solução. Vou ligar a Marta, não me atende?? Claro, no estádio não deve tar a ligar nenhuma ao telemóvel e deve estar de olhos pregados no Ruben. O jogo!!! Não iria chegar a tempo com certeza.
Lembrei-me do Pedro, era  a única pessoa que me poderia vir buscar. Ligue-lhe, explique-lhe a situação e ele disse que estaria lá em 20 min. Tratei do reboque e esperei por ele. Fomos com o reboque á oficina, o senhor tratou de me explicar tudo o que tinha acontecido e o que iria fazer ao meu carro, fiquei tão triste. Ìa estar sem carro no dia a seguir. Olhei para o relógio no fim de tudo tratado e reparei que o jogo já tinha acabado a 30 min e não tinha sinal da Marta. Voltei-lhe a ligar e estava desligado, ficou sem bateria, concluí.
T – Agora para finalizar em grande levas-me a casa ?
P – claro, numa condição..
T – Diz lá.
P – quero dar um olá a Marta – disse sorrindo, devia tar a espera que eu pensasse em algo mais doloroso.
T – Penso que ela vai la estar , por isso negócio fechado.
A Marta ficou de esperar o Ruben no estacionamento, e quando ele apareceu vinha acompanhado do David que se preparava para entrar no carro quando avistou  Marta e veio de imediato comprimenta-la juntamente com o seu amigo, que já vinha com os olhos postos nela desde que saíram da porta. Agarrou na Marta pela cintura , encostou o seu nariz ao dela e disse-lhe.
R – Adorei que tivesses vindo, deste-me outra confiança.
D – Oi Martinha como esta voçe? – Marta desviou-se um pouco do Ruben mas nunca o deixou de abraçar, ficou como meia pendurada no seu ombro.
M – E então brasileirinho, esta contente com o resultado do jogo? Eu gostei muito doque vi, estiveram os dois muito bem.
D – Uma vitória é sempre uma vitória..sabe sempre bem. E Tânia, não esperou pela gente ? – disse  passando as mãos nos caracóis como meio atrapalhado.
M – Pois…não sei bem o que se passou porque ela acabou por não vir – disse mais suavemente, como se soubesse que isso iria cair um pouco mal ao David – na verdade ate estou um pouquinho preocupada porque não sei nada dela, fiquei sem bateria.
D – sabe o numero de cor? Se quiser pode ligar do meu – disse esticando o telemóvel dele na minha direcção.
R – olha la o meu mano a tentar sacar-lhe o numero, ehehehe.
D – deixa de ser babaca cara. Estou só tentando ajudar Marta você que sabe.
M – obrigada David acho que vou mesmo dar-lhe uma chamadita.
O meu telemóvel tocou, não reconheci o numero.
T –sim ?
M – Eh miúda é a  Marta, estou sem bateria no meu telemóvel o que se passou? Não apareces-te?
T – não me fales disso – disse rindo
M – então mas o que se passou ? è bom ou mau?
T – falamos em casa, estou a ir ate já.
M – ate já.
A marta deu o telemóvel ao David e agradeceu.
M – Não percebi muito bem, aconteceu qualquer coisa e ela não pode vir, só não sei o que. Ela esta a ir para casa, se quiseres saber David que tal irmos ate lá relaxar um pouco e conversarmos todos um bocadinho?
D – ah deixa para lá… secalhar é melhor não ?
R – hey rapaz, e o que vais fazer sozinho para casa? Anda lá connosco e ainda desafiamos a Tania a jogar umas cartadas, vá eu sei que queres ir – deu-lhe uma pancada nas costas a espera da resposta.
D -  você tem razão, vamo lá então ?
M –estava a ver que as meninas não se decidiam.
Quando cheguei a casa vi o carro da Marta estacionado em frente a porta do prédio, mas não olhei em volta, não reparei que estariam lá outros carros também…….
Entrei com o Pedro um pouco atrás de mim, vinha a falar ao telemóvel, dirigi-me logo a sala.
T – Marta – chamava por ela – não vais acreditar no que acon…. – quando olhei para os pufs na sala deparei-me com o Ruben e o David a minha surpresa foi tanta que não consegui acabar a frase e nesse momento entra o Pedro desliza as suas mãos nos meus ombros e dirige-se para a Marta de braços abertos.
P – Marta á quanto tempo – disse sorrindo.
A Marta pulou do puf abraçando-o alegremente. Mas olhou para mim e mostrou uma expressão séria.
Desviei o meu olhar para o David e notei-o muito constrangido enquanto estalava 2 dedos e olhava para o chão.  Não sei porque mas tive vontade de me dirigir a ele, mesmo não sabendo o que dizer e não tendo nada explicar, notei que ele não gostou muito daquela situação, dei dois paços na sua direcção mas ele levantou-se e antecipou-se a qualquer reacção minha.
Nesse momento ele disse qualquer coisa ao Ruben, que fez com que este lhe desse uma leve pancada no ombro e concorda-se com ele, dirigiu-se ao Pedro e a Marta e disse.
D –Martinha não vou puder ficar mais, estou morrendo de cansaço e ainda gostava de ligar para casa a horas decentes, vou indo, marcamos para outro dia ta bom? – deu-lhe dois beijos e virou-se para o Pedro e com o sorriso mais amarelo de sempre apresentou-se.
D – eu sou o David, tenha uma boa noite.
 O Pedro que ainda não tinha reparado quem estava naquela sala, ficou meio parvo a olhar para ele e respondeu – igualmente e prazer e m conhece-lo.
Quando chegou a minha vez ele nem me deixou falar.
D – tenha um bom fim de semana, manda um abraço meu para o João .
T – com certeza, eu levo-te a porta
D – não deixa para lá, não faça sua visita esperar – disse-me seriamente fixando os seus olhos bem abertos nos meus. De seguida virou as costas e saiu.
Eu ri-me e tentei disfarçar aquele desconforto que se sentiu ali por breves segundos, não percebi porque e isso despertou uma pequena curiosidade, a esta altura já o Pedro e a marta retomavam os cumprimentos e ela apresentava-o ao Ruben. Aproveitei a situação e saí de mansinho para ver se conseguia apanhar o David.
Fiquei anciosa a espera do elevador….via-o a subir…1, 2,3,4…entrei e carreguei no 0…..  

  

2 comentários:

  1. OPA tania acabas-te na parte mais interessante lool...A serio ta linda a tua fic mesmo nao acabes com ela please e das poucas que ainda sigo .Quando poes o proximo capitulo tou ansiosa pq o david tadinho ta com ciumes lool...CONTINUA BJS....Outra coisa estou a ser muito sincera e mesmo isto que penso.BEIJÃO.

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