quarta-feira, 9 de março de 2011

capitulo 40

T - A minha mãe  - ela saltou logo do meu corpo e começa a dar um jeito no cabelo, eu estava bastante atrapalhado mas deu para reparar na sua expressão quando me olhou, sorriu de um modo matreiro, eu sorri de volta, estava meio perdido procurando a minha camisola ate que ela deu para mim e disse "ajeita os caracois" eu achei imensa piada, ela se acalmou e fomos ate a cozinha. - Mãe, estas por casa ? Nao te esperava tao cedo.

D.Maria - Já acabei as compras, e tenho que fazer as malas, amanha volto para o Porto meu am.. - interrompi entrando muito vagarosamente na cozinha.

D - Boa Noite

T - Mãe este é o ..

D.Maria - David... - ela esta me admirando mas de uma forma carinhosa, mostrava-se bastante surpreendida - os caracois nao enganam.

D - D. Maria é um prazer finalmente conhece-la.

T - Mãe combinei ir jantar com  o David espero que nao te importes.

D.Maria - Claro que não - sorriu - o vosso amor devia ser demasiado grande...é bom ver-vos juntos !

Olhei para ela, que olhou para mim e de seguida para o chão..nao gostei muito de ver aquela reacção, parecia que estava fugindo de mim..

D - Era sim D. Maria... Continua a ser... - olhei para a Tania que me fitou com uma expressão séria, surpreendida olhando de seguida para a mãe dela, aquela situação estava ficando cada vez mais estranha.

D . Maria - Não é assim tao facil, mas gosto de te ver tao empenhado.

D - Como não poderia estar, é a minha família...

D.Maria - Ela pode nunca mais recuperar a memória - reparei agora que o tom de voz se exaltava, percebi nesse momento que apesar de ser uma senhora educada nao aprovava muito que a gente tivesse ali junto. Não percebia porque tanto desanimo..

D - Mesmo que nao recupere, o que esqueceu foi a cabeça, nao o coração...e a gente se ama, eu sei disso, ela se ainda nao sabe vai saber - senti que minha voz se tinha alterado um pouco e eu tentei logo voltar atrás mas ja nao deu não.

T - Já paravam de falar de mim como se nao estivesse cá.. - ela virou costas e foi correndo para o quarto.

D - Me desculpe D.Maria, nao devia ter falado nisso não, devia ter respeitado sua opiniao.

D.Maria - Não peças desculpa, é um assunto delicado para os dois..Não imagino pelo que estejas a passar tambem..mas agora vai atras dela, nao consigo imagina-la a sofrer.

D - Estou indo, foi um prazer e espero vê-la mais vezes.

D.M - Se estiveres certo, então veremos-nos outra vez - sorriu-me, e eu sorri de volta e fui correndo atrás dela.

Bati na porta, mas ela nao abriu nem falou, voltei a bater e nada, então entrei e vi ela deitada na cama de lado, chorando.. Corri em sua direcção e a abracei, nao aguentava ver assim ela, eu amo ela eu só a quero ver feliz e faze-la feliz..

D - Não faz assim... - disse sussurando-lhe ao ouvido.

T - Talvez nao tenha sido boa ideia - ela levantou-se e sentou-se na cama, senti o ela olhando para mim com mágoa - eu nunca te vou puder voltar David eu não sou mais a Tania que conheces-te e que amas.

D - Não diga bobagem - sorri - é claro que é, porque por quem eu me apaixonei foi por essa pessoa que esta aqui dentro - pousei a mão no seu peito, e nao devo mentir,sentir as formas dos seus seios fizeram o meu coração bater mais forte e as minhas pernas tremerem com um forte arrepio que atravessou o meu corpo, poisé ela mechia comigo desse jeito - a sua maneira de ser e pensar, voce brincando, sorrindo deixando voce linda e maravilhosa, mais ainda do que voce é...

T - Nem eu sei quem sou neste momento...Não sei o que eramos,muito menos o que podemos vir a ser. Por isso tens que continuar com a tua vida e.....depois vemos no que dá porque eu não estou preparada para isto.

D - Ce esta acabando tudo entre a gente ? - a minha voz estava seca e atrapalhada

T - Infelizmente o que tinhamos acabou na noite do acidente.

D - Não acabou não, mas eu não posso ficar aqui implorando para voce sentir aquilo que não senti, nao seria justo para mim e eu não mereço também.

T - Não definitivamente não mereces.

D - Vou sair agora, vou sofrer para casa - as lagrimas ja me inundavam os olhos - Mas quero que saiba, que estou vou estar sempre sempre aqui para você, não há ninguém que te substitua, e o meu coração é seu ! - saí não olhando mais para trás, tinha que ser, cerrei os pulsos e bati a porta, deixei-me cair sobre ela, e foi nesse momento que a realidade me caiu em cima, e eu desesperei, como desesperei...sai em passo apressado, entrei para dentro do carro o mais rapido que pude e encostei a minha cabeça no volante...tive vontade de desaparecer, tive vontade de me isolar.. Lembro-me que o ultimo pensamento que tive foi dela sorrindo para mim e depois ficou tudo preto, nao sei como, porque não lembro cheguei em casa. Entrei e encontrei lá o Ruben, sentado no sofá me esperando com o comando da playstation na mão...

R - Não precisas de dizer nada, vá vamos jogar.... - olhava para mim com uma cara de compreensão, como ele já sabia ? Ele olhou para a frente e começou a trabalhar no menu do jogo.. - a Marta ligou-me, cancelou o jnatar comigo porque a Tania ligou-lhe... por isso cá estou eu, não podia sequer pensar em não atravessar este momento contigo..

D - Obrigado... - baixei o olhar e me dirigi ate ele, peguei no comando e disse  - eu jogo com o Barça.

R - Já faltou bem mais - olhou-me e riu-se, e devolvi o meu maior sorriso amarelo que consegui.



Os dias foram passando, eu apaguei o numero dela do meu telefone, para nao cair na tentativa de ligar para ela nos momentos que eram mais dificeis, sabia que tambem nao devia ser fácil para ela mas com certeza seria bem mais facil que a mim.. ela nao se lembrava do meu sorriso, nao se lembrava da sua barriguinha linda, dá ideia de ser pai, nao se lembrava da gente namorando ou fazendo amor. Toda a gente diz que nós os humanos somos seres de hábitos, a gente se habitua, entao eu fui-me habituando a ideia que estava sozinho e que iria ficar assim, não me passava na ideia voltar a amar, acho que mesmo que quisesse nunca conseguiria.. Nunca mais soube nada dela, nao deixei que eu mesmo fosse perguntar para o Ruben e a Marta e eles nunca tocavam no nome dela, mas eu conhecia o meu mano e sabia que ele estava sempre em cima do acontecimento, se algum dia ela precisasse de mim, eu iria saber...Então foi isso, fui jogando o melhor que podia, jogava ate arrebentar e vir para casa dormir..essa foi a minha vida durante este ultimo mês, acabei por entrar num curso de Ingles aos fins-de-semana, ocupando assim o restante tempo livre que me sobrava. Fui conhecendo alguma gente bacana, que no fim e algum tempo a gente acabou por se dar bastante bem,. Combinamos jantar no fim da aula e assim foi, foi todo o mundo no BBC comemorando, havia la uma moça bastante bonita até, que nesse mesmo dia tinha falado para mim que um dia gostava de ir jantar comigo, mas dessa vez seriamos apenas os dois, ela quando falou isso para mim me fez sentir muito bem, mais que não fosse porque sentir o desejo que alguem tem por voce já é recompensador, eu sorri-lhe e respondi um dia..
No restaurante o ambiente estava animado, havia la uns outros jantares juntamente com o nosso, enquanto esperava que arranjassem a mesa e depois de perguntar se eles precisavam de ajuda e me terem dito que não eu me dirigi no balcão para buscar uma bebida. Pedi um Vinho do Porto, achei irónico e dei por mim sorrindo sozinho, pois no dia seguinte iria jogar contra o Porto.. "Quem sabe não dá sorte ", estava perdido em meus pensamentos quando algo me fez despertar,a mão da Inês no meu ombro. Ela era alta e elegante, a muito tempo que praticava kickboxing, só por desporto como ela dizia, dava para descarregar a raiva do dia a dia, eu percebia bem isso, eu nao tinha saco para dar murro mas tinha bola para dar pontapé, os seus cabelos eram loiros mas escuros, nao eram aquele amarelo papagaio e tinha os olhos cor de mel, era muito vistosa mas era dotada de uma simplicidade notória.

I - Um martini bianco com uma pedra de gelo por favor  - sorriu pedindo ao empregado, ela estava com um vestido preto que realçava bastante as curvas da sua cintura e muito mais - posso fazer-te companhia ?

D - Claro, senta aí...

I - David Luiz, é um homem interessante - foi directa ao assunto, e ate gostei da sua expontaneadade.

D - Porque diz isso ?

I - Porque andei vendo..sabes que é o que dá seres uma personalidade... Consegue-se sempre saber mais um pouco daquilo que se quer - ela voltou a sorrir para mim

D - Mas as vezes nem tudo o que lê é verdade...

I - Consegui perceber o porque desse olhar tao triste... - não fiquei surpreso, pois toda a gente soube o que se tinha passada a um mes e meio atrás, embora a imprensa tenha respeitado muito o meu espaço, talvez porque sabiam que tinha sido por causa de um deles, que eu ainda tinha apuarado quem era, que o terrivel acidente se tinha dado

D - Acho que podia ter encontrado uma maneira melhor de preencher seu tempo - respondi secamente, porque as memórias voltavam..

I - Nenhum minuto que possa desperdiçar contigo é mal empregado - pousou sua mão no meu braço - ainda carregas muita mágoa do que se passou, e eu percebo perfeitamente, mas se me deixasses eu podia ajudar-te a esquecer - olhei para ela, e pareceu-me demais, como uma garota bonita como ela se sujeitava com um cara emocionalmente estragado como eu ?!

D - Eu nunca vou esquecer....

I - Mas vais ter que superar, afinal alguem realmente importante na tua vida nunca se esquece apenas se aprende a viver com a sua lembrança ate o resto dos teus dias.

D - Eu não te posso acompanhar..eu acho que ainda nao vou conseguir... - ela interrompeu-me com os seus labios, carnudos..me beijou com muito carinho, eu senti isso, porque foi a unica coisa que fui capaz de sentir...foi um beijo ocasional, nao foi nem de perto nem de longe parecido com o beijo dela, da Tania...  Essa lembrança me angustiou e eu parei o beijo, juntei as suas mãos que estavam pousadas na minha face e carinhosamente lhe pedi :

D - Não faz assim não, neste momento só te posso dar amizade - ela me sorriu de forma ambiciosa

I - Entao se é tudo o que me podes dar já eu aceito, mas nao impeças o futuro de te fazer feliz, porque eu vou tentar - puxou-me por uma mão e levou-me para a mesa - anda vamos jantar.

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