capitulo 24

Quando o táxi me deixou em casa corri mais uma vez para a casa de banho, quando voltei descalçei os saltos e sentei-me de volta da televisao, apenas a fazer zaping pelos canais ate que parei no benfica tv porque a noticia que estava em rodapé me chamou a atençao " David Luiz sai do Benfica no final desta época " apanhei na altura em que o jornalista ja ía a meio da noticia " depois do ultimo jogo no Domingo estivemos a conversa com o jogador que nos confirmou a sua vontade de sair do clube"

" O Benfica é o clube que levo no peito, mas sim penso que chegou a minha hora de sair, qualquer jogador trabalha e se esforça para ser o melhor dos melhores, e eu tenho que abrir as minhas asas e voar, nunca esquecendo o meu clube de coraçao " Deixei-me cair no sofá, e fiquei alguns minutos a pensar naquilo, ele ía embora, ele queria ir embora.. talvez ja pensasse nisso quando estavamos juntos, secalhar o que tinhamos nao era tao sério e apaixonante como eu pensava... Voltei a sentir-me mal disposta...Começava a achar que vê-lo não ajudava nada e que o meu estado psicológico também ajudava a equação. Estar em Lisboa não me ajudava em nada! Comecei a pensar que o melhor seria arrumar as minhas coisas e dirigir-me a Leiria ou para o Porto…Mas não me apetecia nada fazer a viagem aquela hora da noite, lembrei-me do Afonso e como ele me poderia ajudar. Corri para o telemóvel para lhe ligar e reparei que tinha 5 chamadas, 3 da Marta  e duas do David…O que teria acontecido para aqueles dois me ligarem ? Decidi ligar ao  Afonso primeiro para confirmar se podia passar a noite em casa dele, claro que ele concordou imediatamente, a meio da conversa com ele ao telefone recebi um sinal de mensagem, não liguei e pensei em vê-lo depois de desligar, combinei que em 30 min estaria em casa dele. Quando desliguei continuei a ignorar a mensagem e liguei a Marta, atendeu o telemóvel  a chorar.

T – Amiga, que se passa?

M – Desculpa – a sua voz desvanecia do outro lado e ouvi o Ruben a dizer-lhe para ter calma.

T – O que aconteceu? Estas bem? Estas a preocupar-me…. – e na verdade estava mesmo, comecei a sentir o meu ritmo cardíaco acelerar.

M – Tania ele já sabe, e saiu daqui a pouco ao teu encontro.. Eu não lhe disse mas ele chegou la sozinho e eu não consegui disfarçar – começava a soluçar.

T - Ele o que Marta? - estava impavida, nao me mexi, nem me conseguia mexer.

M - Esta a ir para aí, na verdade deve estar a chegar...

Ouvi a campainha tocar, o meu corpo girou na direcção da porta e por instantes nao consegui falar ao telemovel, deixei-o cair e fiquei estatica a olhar para a porta, a campainha voltou a tocar e ouvi uma mão na porta.

D - Abre essa porta Tania, eu sei que voce esta aí dentro - a voz dele estava alterada.

As lagrimas começaram a escorrer-me, e eu nao sabia o que fazer..

D - Abre ou eu boto abaixo, tou falando muito serio..

Dirigi-me lentamente ate a porta, e coloquei a minha mão sobre o trinco da mesma. Abri. Os seus olhos estavam vermelhos de raiva, notei que estivera a chorar ate a pouco tempo, a sua veia da testa realçava mais que o costume ele deu um passo na minha direcçao, senti que ele ía começar a gritar comigo..desmanchei-me a chorar e deichei cair os meus braços de desalento, ele agarrou-me os ombros com força e apertou-os de uma maneira que chegou a magoar-me, mas rapidamente me puchou contra si e apertou-me, as suas mão entrelaçaram os meus cabelos e apanhou-os com força, enterrou a sua cabeça no meu pescoço ofegante..

 Ficamos assim agarrados durante minutos que me pareceram horas, o tempo sufeciente para nos acalmar-mos... Respirei fundo e levantei a cabeça, estavamos os dois num estado lastimoso...

T - Entra - disse enquanto tentava fechar a porta, ele entrou mas ficou sempre perto de mim, quando fechei a porta voltei-me e toda aquela expressao de enfurecido que ele trazia ja nao estava lá.

D - Como ce esta ? - os seus olhos diminuiram de tamanho e encontravam-se mais fechados numa expressao de carinho.

T - Estou pessima, respondi baixinho.. - baixei a cabeça.

D - Porque nao falou para mim, eu ainda nem acredito que ce nao falou para mim.. - passei por ele em direcção ao sofá...

T - Ainda nao parei bem para pensar no que fazer, a verdade é que nao sei o que fazer - voltei a chorar

D - Mas nao é justo nem para mim nem para voce esconder isso de mim, é meu e seu, podemos resolver isso juntos.

Sentei-me no sofá e ele sentou-se a minha frente em cima da mesinha da sala e pegou muito cuidadosamente na minha mão.

T - Já nao há um nós, já nao estamos juntos... - disse tirando-lhe a mão.

D - Como não, ce ta gravida, de um filho meu..surgiu de um momento de amor e de paixão..nao foi engano nã, deixa para lá tudo o que aconteceu..O que interessa é o agora !

T - Eu não consigo olhar para ti um segundo sem me lembrar do video que vi, daquelas imagens...Isso conta e muito para o agora que falas, e quanto a criança..eu ainda...bem na verdade...ainda nao decidi..hummm..se a vou ter ou não - disse esta ultima frase muito a medo da sua reacção.

D - Nunca !!! ce nem pense numa coisa dessa !!! Eu nao permito, eu nao deixo.... - vi-o levantar-se e por as maos na cabeça - como pode dizer uma coisa dessa ? hein ?? como pode ???

T - David nao há condiçoes, eu ainda estou a  estudar, nos nao estamos juntos, eu nao estou preparada para ser mãe !!!

D - Dinheiro não é problema, e só nao estamos juntos porque voce nao quer - voltou a sentar-se pegou naas minhas mãos e vi as lagrimas nos seus olhos -  porque eu amo voçe.... - "amo voce", ele nunca me tinha dito aquilo, senti o meu coração a mil - eu te quero comigo e essa criança, é a melhor coisa que me podia acontecer, e um filho nosso, nao é maravilhoso ?? Nossa nunca pensei em me acontecer agora, mas uma vez que esta acontecendo me aqueçe o coração...Eu nao sei se voce me ama do mesmo jeito..eu sei que voce gosta de mim, mas nao sei se é o mesmo - trinquei o labio, apetecia-me gritar "CLARO QUE TE AMO "  - mas nao me deixe nao, lute por nós..não por nós os dois, por nos os tres !!!

T - Eu...eu nao sei o que te dizer....eu nao sei o que fazer !! Preciso de tempo para pensar, precisas de ir embora... - levantei-me do sofá e larguei-o.

D - Eu nao vou, nem que voce grite, que me bata que me expulse..eu nao sou capaz de ir, de te deixar...Nao hoje, não esta noite...

T - Nao insistas, por favor vai - disse num tom mais autoritario.

D - NAO VOU !!! Me expulsa quero ver isso.. - levantou-se e cruzou os braços.

Olhei para ele, e fitei-o de inicio com um olhar serio mas a sua expressao estava bastante comica, os seus caracois estavam descaídos e ele estava fazendo um beicinho involuntario sem se aperceber, diante daquela imagem, deixei escapar um sorriso.

D - Nao imagina o que eu paga para ver voce a toda a hora sorrindo... - deixei o meu sorriso fugir..

T - tenho fome vou comer, poe-te a vontade... - virei-lhe as costas mas fui logo interronpida, ele parou-me e pegou-me levemente ao colo..

D - Nem pense, eu vou tratar de voce, que quer comer, eu faço, eu preparo tudo..

T - Tu nao sabes fazer...  - deitou-me no sofa, pos uma almofada debaixo da minha cabeça e outra debaixo dos meus pés, na verdade gostei de receber estes mimos.

D - Se deixa ficar aí, eu surpreendo voce...

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